sexta-feira, 21 de novembro de 2008

Vida Passageira

Se pudéssemos ter consciência do quanto a nossa vida é passageira, talvez pensássemos duas vezes antes de deitar fora as oportunidades que temos de ser e de fazer os outros felizes.
Muitas flores são colhidas cedo demais. Algumas, mesmo ainda em botão.
Há sementes que nunca brotam e há aquelas flores que vivem a vida inteira até que, pétala por pétala, tranquilas, vividas, se entregam ao vento.
Mas a gente não sabe adivinhar. A gente não sabe por quanto tempo estará a enfeitar esse Éden e tão pouco aquelas flores que foram plantadas ao nosso redor. E descuidamos. Cuidamos pouco. De nós, dos outros.
Entristecemo-nos por coisas pequenas e perdemos minutos e horas preciosas.
Perdemos dias, às vezes anos. Calamo-nos quando deveríamos falar; falamos demais quando deveríamos ficar em silêncio.
Não damos o abraço que tanto nossa alma pede, porque algo em nós impede essa aproximação.
Não damos um beijo carinhoso "porque não estamos acostumados com isso" e não dizemos que gostamos porque achamos que o outro sabe automaticamente o que sentimos.

E passa a noite e chega o dia, o sol nasce e adormece e continuamos os mesmos, fechados em nós. Reclamamos do que não temos, ou achamos que não temos suficiente.
Cobramos. Dos outros. Da vida. De nós mesmos.
Consumimo-nos. Costumamos comparar as nossas vidas com as daqueles que possuem mais que a gente.
E se experimentássemos comparar com aqueles que possuem menos? Isso faria uma grande diferença.

E o tempo passa...
Passamos pela vida, não vivemos. Sobrevivemos, porque não sabemos fazer outra coisa.
Até que, inesperadamente, acordamos e olhamos pra trás. E então nos perguntamos: E agora?
Agora, hoje, ainda é tempo de reconstruir alguma coisa, de dar o abraço amigo, de dizer uma palavra carinhosa, de agradecer pelo que temos.
Nunca se é velho demais ou jovem demais para amar, dizer uma palavra gentil ou fazer um gesto carinhoso.
Não olhe para trás. O que passou, passou. O que perdemos, perdemos. Olhe para frente!
Ainda é tempo de apreciar as flores que estão inteiras ao nosso redor.
Ainda é tempo de voltar-se para Deus e agradecer pela vida, que mesmo passageira, ainda está em nós. Pense!... Não perca mais tempo!...

segunda-feira, 10 de novembro de 2008

No meu Diário...

Esta foi a mensagem no meu diário hoje... partilho contigo que me entendes bastante.

Será este um dia de loucura ou de sanidade?
Um dia para dirigir o carro sem destino certo. Para abolir qualquer relógio, inclusive horários fixos. Para dizer "eu amo-te" para aquela pessoa que adoras secretamente, mas que temes que te rejeite... Para fazer de conta que não existe cobranças, culpa ou medo, em nenhuma forma de manifestação. Para não ouvir a voz da razão e para contestar as questionáveis leis dos homens.
Para lembrar que há muito tempo não faço nada que me dê gozo, não porque não queira, mas porque, muito mais alto, me fala o dever. Para dizer um basta, em alto e bom som às pessoas e situações que, por anos a fio, estão a tentar abreviar-te. Para perceber que a minha lenda pessoal é incompatível com os compromissos assumidos e que jamais poderei segui-la sem que outros venham a sofrer.
E se fizer tudo isto, por certo vão rotular-me de louca, mas antes que eu enlouqueça de vez, permitam-me um dia de trégua. Deixem-me fechar para balanço, deixem-me passar a minha vida a limpo num novo livro.
Deixem-me deitar fora, dos meus arquivos e dos meus armários, tudo o que eu puder...
Neste exacto momento quero libertar-me, encontrar-me, crer...