domingo, 18 de maio de 2008

Segundos Violinos - Violinite: o hábito de pensar que não fazemos diferença alguma

(...) adiantei aos meus alunos que em pouco tempo haveria uma voz dentro deles mesmos sussurrando em suas mentes algo como:
Porque me devo importar em ir a aula hoje? Eu já tenho um A. E tenho mais o que fazer; realmente tenho que praticar sozinho. De qualquer forma, esta é uma turma grande, é provável que ele nem perceba.

Digo ao estudantes que este é o primeiro sintoma de uma doença muito disseminada chamada de “violinite”, conhecida como “tocar o segundo violino”.

(...) disse, para os alunos, “da próxima vez que vocês ouvirem a melodia do segundo violino em suas mentes dizendo, “não vou à aula porque estou muito cansado”, ou “tenho mais o que fazer, e sei que isto não fará nenhuma diferença” – lembre-se que você é um estudante com conceito A. E um aluno desse tipo é um músico líder em minha aula, uma voz essencial e o grupo não pode prescindir dessa voz para tocar.”

Dar um “A” é uma mudança fundamental e paradigmática em direcção à percepção de que tudo é invenção – o “A” é inventado e o número 68 também, assim como todos os demais julgamentos. (...) Você pode dar um “A” a um famoso assassino, dirigindo-se a ele como alguém que foi privado de sua humanidade e perdeu todo o controle, você pode dar um “A” à sua mal-humorada, preguiçosa e fechada adolescente, e ela poderá ainda, nesse momento, estar dormindo a manhã inteira. Quando acordar, porém, a conversa entre vocês poderá ser de maneira um pouco diferente, porque ela se tornou para você alguém cuja verdadeira natureza é participar – não importando o quanto esteja bloqueada. E você saberá que está se comunicando com ela, mesmo que a linguagem dela seja enrolada ou muito confusa.

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